domingo, 14 de agosto de 2011

Rascunhos

Algumas imagens dos rascunhos realizados antes do meu TCC. 




sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009

No site da Abril é possível apreciar o trabalho de Dalton Correa que roterizou e desenhou de forma muito inteligente e divertida diversos fatos marcantes de 2009. São três retrospetivas, cada uma contada de forma diferente e, as vezes, até os próprios narradores são os protagonistas dos acontecimentos. Como na Retrospectiva esporte, onde Ronaldo e Adriano são narradores e personagens dos acontecimentos!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Web, Jornalismo e Quadrinhos


Nomes como o do jornalista Joe Sacco, autor de entre outros Uma História de Sarajevo e Gorazde, e Art Spiegelman autor de Maus, são algumas referências no que se diz a respeito de “jornalismo em quadrinhos”. Apesar de serem obras mais subjetivas se aproximam muito de um livro-reportagem tradicional. Mas quando se fala em web, jornalismo e quadrinhos, onde se encontra o trio?


Não, não se encontra. Pela complexidade que um trabalho desse porte envolve, uma notícia ou reportagem em forma de história em quadrinhos, talvez seja impossível publicar trabalhos com a qualidade gráfica e textual dos exemplos acima. O mundo virtual exige rapidez. Esse fator faz com que conteúdos assim para web não sejam desenvolvidos ou ao menos imaginados. No entanto experiências gráficas simples devem ser tentadas. O site NonaArte oferece quadrinhos como Justiça do Índio e Como mudar o mundo que são praticamente artigos desenhados. Ainda há no site uma sessão de quadrinhos educacionais de teor histórico. Exemplo de que é possível publicar formas típicas do jornal impresso em quadrinhos e ainda na Web.


Enquanto o jornalismo on-line fazer mais do mesmo, não atrairá novos públicos, como os mais jovens, em um lugar como a internet onde parte considerável desse público se encontra. Dessa maneira a profissão se limitará a apenas ao mesmo público, aos mesmos formatos, como as notícias instantâneas e os blogs. Não que esses devam deixar de existir. Porém atrair a atenção com novas propostas de quem realmente precisa ser informado e educado é fundamental. O importante é tentar, por isso mãos à obra.


Originalmente postado em http://webjorsuperacao.blogspot.com/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Valsa com Bashir

Valsa com Bashir é o longa-metragem em animação do diretor israelense Ari Folman. Há algumas pessoas que defendam de que esse seja o primeiro documentário produzido em animação, há outras que discordam. Independente disso, o perturbador e belíssimo filme, provavelmente um dos melhores documentários já produzidos, trata da busca pela verdade e narra momentos cruéis talvez nunca antes mostrados do que aconteceu nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila. O próprio Folman fora soldado do Exército de Defesa Israelense e combateu na guerra do Líbano e presenciado o massacre civis palestinos e libaneses, por uma milícia cristã libanesa. Bashir Gemayel foi o presidente cristão de extrema direita recém-eleito e assassinado antes de tomar posse, o que desencadeou uma represália dos cristão, executando entre 700 a 3000 pessoas palestinas e libanesas que moravam nos arredores de Beirute.




A história se desenvolve entre as entrevistas reais das diversas pessoas procuradas para expor suas visões, explicações e lembranças da guerra. Também permeia em dois mundos da mente de Folman: dos sonhos e das lembranças. As imagens mais intrigantes e interessantes da história aparecem nesses momentos. Deve ser por esse motivo que o diretor tenha optado por utilizar da animação. Há maior liberdade e um mundo de possibilidades para se explorar quase se trata de animação.O documentário levou seis dos sete prêmios que foi indicado da Academia de Israel, inclusive os de melhor filme e melhor diretor. Premiado também com o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, indicado para o prêmio inglês Bafta e o fracês César. Infelizmente perdeu o Oscar de filme estrangeiro para o adorável filme japonês A Passagem. 


Valsa com Bashir é cruel e inesquecível. Assim como o triste episódio da história que ele retrata.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O líder está cansado


José Arraes é um senhor alto, cabelos cândidos, olhos vagos no horizonte como os de um velho padre ou pastor cheio de falsas esperanças e aparência cansada. No entanto, esse último aspecto engana os desinformados sobre quem é aquele senhor de fala levemente ofegante. O estudante Yuri Andrey foi um desses ignorantes. Ao começar a desenvolver, junto com seu grupo, o tema do seu projeto sobre associações de bairro, o estudante se incomodava com duas questões que posteriormente foram colocas em pauta: primeiro achava que as associações, assim como Terceiro Setor como um todo, seriam desnecessárias, apesar de ele atuar em uma ONG, se o Estado fosse mais atuante junto à comunidade. Segunda questão seria qual a importância de um líder dentro de uma associação. O estudante tinha uma visão anarquista sobre a liderança: o poder corrompe, e liderar é uma forma de poder. O estudante, no inicio do projeto, ouviu falar muito na figura de Arraes. Na hora do almoço, em um sábado cinzento, Yuri junto com seu grupo de projeto pode conhecer pessoalmente o presidente da Associação de Bairro Amigos do Mogilar. Ele não parecia um líder, não falava como um líder e parecia não ter a disposição de um líder. O que fazia de Arraes ser o mais importante e conhecido líder de uma associação em Mogi das Cruzes?



O estudante depois de algumas entrevistas começou a ter algumas pistas. O primeiro lugar a pesquisar seria o momento em que Arraes chegou ao Mogilar. Ele sabe que Arraes veio para região do Alto Tietê, onde está Mogi, por causa da transferência do seu emprego de bancário. Veio com a família. Chegaram inicialmente na cidade de Arujá, mas sua esposa não se adaptou bem. Começou então a pesquisar casas em outros municípios da região. Até chegar a Mogi, mais especificamente ao Mogilar. Gostaram do bairro e ficaram. Depois de algum tempo, as enchentes começaram a incomodar os novos moradores e já eram uma realidade no cotidiano dos outros moradores. José Arraes se mobilizou junto a outros residentes do bairro e começaram a reivindicar ao poder público ações que pudessem acabar com o problema ou ao menos amenizá-lo. Começou a se utilizar de diversas mídias como jornais e emissoras de rádios da região para chamar a atenção ao problema pelo qual passavam. Ajudou a colocar uma moradora do bairro no Poder Legislativo de Mogi, fazendo assim com que os resultados pudessem vir com mais agilidade. O estudante pensou: será José Arraes uma espécie de Moises, porém que ao contrário dele não queria encontrar a terra prometida, queria deixá-la melhor?



Com toda essa experiência e essas lições, o estudante ainda acredita que a criação de associações, ONGs e Terceiro Setor como um todo seriam desnecessários se o Estado interviesse mais junto a população. Apesar de ainda também ter somente pistas do que torna um cidadão comum em um líder, ele agora tem a certeza de que a figura do líder Arraes, incentivou e incentiva a vontade de melhorar. Que o caráter do líder provocou mudanças. Yuri vê de outro modo àqueles olhos como os de um velho padre ou pastor com falsas esperanças, ele os vê como olhos de uma criança que olha para um futuro com mais possibilidades de ser melhor. O estudante percebe agora que ele e seu grupo representavam essas possibilidades para o senhor cansado. O líder está cansado, porém, de batalhas ganhas, mas sabe principalmente que não vai poder lutar para sempre. O sábado cinzento representava a todos ali o começo de muitos dias de sol.

Originalmente publicado em: http://webjorsuperacao.blogspot.com.br/2008/12/o-lder-est-cansado.html