quinta-feira, 26 de abril de 2012

GOMORRA - Roberto Saviano

Esse é um dos melhores livro-reportagens e também está entre os livros no geral que eu tenha lido.
O livro de Roberto Saviano, jurado de morte por diversos mafiosos e organizações criminosas, nos faz enxergar como funciona o sistema todo das máfias italianas, em particular a da família conhecida como Camorra, que sim, está diretamente relacionada com o nome dado da obra.  
Mostra como as famílias criminosas italianas, suas regras e costumes, estão profundamente enraizadas dentro da própria cultura do país e da região, no caso o sul da Itália, onde também se localiza Camorra. Evidencia como os mafiosos e esse modo criminoso de agir foi se propagando e difundindo nos submundos dos continentes afora, agindo em conjunto com outras máfias, cartéis, empresas e empresários inescrupulosos e governos corruptos. Os crimes cometidos são dos mais diversos tipos e gravidades, sempre explorados pelo autor, apresentando o que os motivaram e suas consequências.  
As histórias vividas pelo próprio autor, o material de pesquisas, as investigações, nos faz ter dúvidas sobre praticamente tudo que nos cerca. Qual a origem real da roupa que vestimos. Se nosso lixo vai mesmo para um aterro legalizado. Se os lugares onde trabalhamos ou frequentamos possui algum envolvimento com alguém do mundo do crime ou organização criminosa. Mas apesar de toda a seriedade do livro, os questionamentos que nos levam a várias reflexões e das histórias tristes de algumas personagens, há alguns momentos que nos fazem rir da própria cultura mafiosa.Também há outros que nos deixam com muita raiva dela. 

"Quando você sente que tantos precisam enxergar, saber e mudar, e não apenas ser entretidos ou confortados, então vale a pena continuar a escrever" escreve Saviano nota de agradecimento ao receber o prêmio inglês PEN/Pinter de Escritor de coragem 

Enfim, um livro que nos deixa indignados e pensativos com o nosso mundo e mundo que cerca as personagens do livro. Explica como uma cultura baseada na lei do mais forte pode se estabelecer e prevalecer de forma tão influente, afetando não só as pessoas próximas a ela, mas dominando também um universo de culturas bem distintas. Essa cultura que pode castigar, mesmo alguém totalmente inocente, alias, principalmente são os inocentes que perdem mais quando se deixa propagar impunidade e a lei do mais forte. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Quadrinhos e o show de Bob Dylan

O show do Bob Dylan ocorreu no sábado, dia 21 de abril, em São Paulo. O desenhista Rafael Grampá traduziu de forma artística as emoções da apresentação no site da Folha de São Paulo. Excelente sacada e um belo trabalho. Mais arte nos nossos jornais. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Fernando Dutra Pino: Você Acredita em Mim?

Estou lendo atualmente um livro já meio antigo, 2002, mas a história ainda me fascina um pouco. Fernando Dutra Pinto: Você Acredita em Mim? de Elias Awad, é a biografia do sequestrador da filha de Silvio Santos e consequente de como se desenrolou toda a ação. 
As fotos e documentos que percorrem o livro o enriquecem muito. Os depoimentos tomados das pessoas que cercavam Fernando tentam nos dizer quem foi ele, o que pensava e o que planejava. Ainda nem terminei de ler, mas já recomendo.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Vida de Picasso em série de Histórias em Quadrinhos

Louco para que série venha o mais breve possível para o Brasil. Acho que vai demorar!
Via site da UOL:
O romance gráfico de Picasso, que será publicado em espanhol em 2013, não é a única biografia em história em quadrinhos. Isso porque, a temporada literária na França também recebeu obras sobre "Virgínia Woolf", de Michèle Gazier e Bernard Ciccolini, e "Freud", de Corinne Maier e Anne Simon.

Lançada pela editora Dargaud, a série de quadrinhos, que recria as vivências do pintor entre 1900 e 1912, estreia com "Pablo 1. Max Jacob" e recupera as lembranças de Fernande Oliver, uma modelo que posava para alguns dos artistas instalados em Paris no início do século XX e que se transformou no primeiro grande amor de Pablo Picasso (1881-1973).

"Trata-se também do resgate de uma época de esplendor e do célebre bairro de Montmartre, a colina onde fica a basílica do Sagrado Coração e onde ficavam muitos dos artistas que desfilaram por Paris há um século", explicou à Agência Efe Julie Birmant, que vive a poucos metros de onde Pablo Picasso tinha seu estúdio.

"Todas as manhãs passo pelo local onde ficava sua casa para levar a minha filha ao colégio. Também passo pelo café onde se reuniam os anarquistas espanhóis", comentou a roteirista e responsável pelo projeto, que escolheu Oubrerie para ilustrar a série porque seus desenhos tinham "uma espécie de nudez" que encaixava com a história que queria publicar.

As tirinhas da série compõem o perfil de um Picasso enérgico e ambicioso, fascinado pela Paris das exposições universais e pelas mulheres da "Belle Époque".

"Era complicado evocar a Picasso em história em quadrinhos porque é proibido retomar suas obras. Finalmente, essa limitação me permitiu encontrar uma via paralela e trabalhar cada tirinha como um pequeno quadro", resume Oubrerie, o desenhista da série.

Em 87 páginas de tirinhas cheias de ímpeto e com uma tiragem de 37 mil exemplares, o volume inaugural da série relata a chegada do gênio espanhol a Paris. Na época, Picasso tinha apenas 20 anos e era acompanhado de seu íntimo amigo e também pintor Carlos Casagemas, com quem compartilharia um estúdio no número 49 da rua Gabrielle.

Um ano depois, Casagemas se suicidaria com um tiro na cabeça, após ter tentado assassinar Germain, uma dançarina do cabaré "Le Moulin Rouge" com quem mantinha uma relação.

Aquele drama marcou profundamente ao gênio cubista, que derivou então sua escala cromática e inaugurou o "período azul", que se estenderia até 1904.

A história em quadrinhos, que não se priva de ilustrar os incontáveis romances de Picasso, detalha como a morte de Casagemas desordenou o artista, que pintava obsessivamente enquanto não estava entre amantes e garrafas de álcool.

"O que chama atenção em Picasso é sua capacidade de mudar de registro. Nesta série, eu fiz o mesmo, utilizando tanto o lápis como o carvãozinho, a tinta e a aquarela. Representei de maneira um pouco iconoclasta, mas ao mesmo tempo abstrato, sempre fazendo com que de forma alguma fosse reconhecível", acrescentou Oubrerie.

Poucos meses depois a morte do amigo, Picasso apresentava sua primeira exposição e chamava a atenção do público na galeria que frequentava o prestigiado Ambroise Vollard, retrata a história em quadrinhos.

Aquela mostra de 25 de junho de 1901, a qual o pintor terminou uma centena de quadros em um mês, também marca o início de sua relação com o crítico de arte Max Jacob.

Jacob, que dá nome ao primeiro título do romance gráfico, refugiou Picasso quando o artista já estava com fama de "poeta maldito". Nesta ocasião, em 1904, o amor de Fernanda entra na vida do pintor espanhol, que já se encontrava instalado em seu célebre estúdio Bateau-Lavoir, em Montmartre.

Esse também é o momento que conclui "Pablo 1. Max Jacob", que terá continuidade nos três livros dedicados a outros três grandes amigos do artista, o literato Guillaume Apollinaire, a escritora Gertrude Stein e o pintor Henri Matisse.

O romance gráfico de Picasso, que será publicado em espanhol em 2013, não é a única biografia em história em quadrinhos. Isso porque, a temporada literária na França também recebeu obras sobre "Virgínia Woolf", de Michèle Gazier e Bernard Ciccolini, e "Freud", de Corinne Maier e Anne Simon.

domingo, 14 de agosto de 2011

Rascunhos

Algumas imagens dos rascunhos realizados antes do meu TCC. 




sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009

No site da Abril é possível apreciar o trabalho de Dalton Correa que roterizou e desenhou de forma muito inteligente e divertida diversos fatos marcantes de 2009. São três retrospetivas, cada uma contada de forma diferente e, as vezes, até os próprios narradores são os protagonistas dos acontecimentos. Como na Retrospectiva esporte, onde Ronaldo e Adriano são narradores e personagens dos acontecimentos!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Web, Jornalismo e Quadrinhos


Nomes como o do jornalista Joe Sacco, autor de entre outros Uma História de Sarajevo e Gorazde, e Art Spiegelman autor de Maus, são algumas referências no que se diz a respeito de “jornalismo em quadrinhos”. Apesar de serem obras mais subjetivas se aproximam muito de um livro-reportagem tradicional. Mas quando se fala em web, jornalismo e quadrinhos, onde se encontra o trio?


Não, não se encontra. Pela complexidade que um trabalho desse porte envolve, uma notícia ou reportagem em forma de história em quadrinhos, talvez seja impossível publicar trabalhos com a qualidade gráfica e textual dos exemplos acima. O mundo virtual exige rapidez. Esse fator faz com que conteúdos assim para web não sejam desenvolvidos ou ao menos imaginados. No entanto experiências gráficas simples devem ser tentadas. O site NonaArte oferece quadrinhos como Justiça do Índio e Como mudar o mundo que são praticamente artigos desenhados. Ainda há no site uma sessão de quadrinhos educacionais de teor histórico. Exemplo de que é possível publicar formas típicas do jornal impresso em quadrinhos e ainda na Web.


Enquanto o jornalismo on-line fazer mais do mesmo, não atrairá novos públicos, como os mais jovens, em um lugar como a internet onde parte considerável desse público se encontra. Dessa maneira a profissão se limitará a apenas ao mesmo público, aos mesmos formatos, como as notícias instantâneas e os blogs. Não que esses devam deixar de existir. Porém atrair a atenção com novas propostas de quem realmente precisa ser informado e educado é fundamental. O importante é tentar, por isso mãos à obra.


Originalmente postado em http://webjorsuperacao.blogspot.com/